À medida que 2025 avança, as fábricas portuguesas enfrentam uma ameaça cara e crescente: o custo médio de um ciberataque na indústria já supera os 5 milhões de dólares, enquanto o ransomware direcionado a ambientes OT aumentou 46 % num único trimestre.

A boa notícia é que há um plano de contigência claro — e realista — para cortar perdas e fazê-lo recuperar o controlo da sua empresa. Vamos dissecar este problema, de uma vez por todas?
Por que Razão a Indústria é o Alvo nº 1
Os hackers adoram a mistura explosiva de IT (servidores, PCs) com OT (máquinas, PLCs): Manufacturing foi o sector mais atacado pelo quarto ano consecutivo, segundo vários relatórios internacionais.
Esta preferência cresce por três motivos:
- Convergência IT/OT sem segmentação adequada;
- Ransomware especializado: ataques contra OT subiram 87 % em 2024;
- Cadeias de fornecimento complexas que multiplicam pontos fracos.

Ou seja: a combinação de sistemas de produção cada vez mais conectados, margens de lucro estreitas (que tornam qualquer paragem extremamente onerosa) e uma cadeia de fornecedores interdependente faz da indústria o terreno preferido dos cibercriminosos.
Perante este cenário, compreender o impacto financeiro real de um ataque — e como o mesmo pode propagar-se por toda a operação — é o passo lógico seguinte para qualquer gestor que queira manter a fábrica em funcionamento e o negócio sob controlo.
Quanto Custa um Ciberataque Industrial?
Reduzir a fatura de um ataque começa com decisões que se pagam a si próprias. Equipas com um plano de resposta testado poupam, em média, 2,22 M € por incidente, e arquiteturas Zero Trust cortam mais 20 % ao custo total. Abaixo, cinco ações simples que oferecem um tipo retorno significável:
- 5,56 milhões de dólares – custo médio de uma violação no sector industrial internacional
- 5,13 milhões de dólares – custo médio de um ataque de ransomware, sem incluir o resgate
- 260 000 dólares/hora – impacto do downtime numa linha de produção
- +46 % – subida de ransomware industrial em apenas um trimestre
- 10 triliões de euros – custo económico anual projectado na UE

Um bloqueio de dois dias pode consumir margens anuais inteiras — e deixar fornecedores e clientes à deriva. Lembre-se disso!
Impacto nos Resultados
Vamos a exemplos práticos?
Em Agosto de 2023, a Clorox foi obrigada a desligar sistemas e a processar encomendas manualmente depois de um ataque de ransomware que perturbou toda a cadeia logística. Nos resultados do trimestre seguinte, a empresa previu uma quebra de 23% a 28% nas vendas – cerca de 356 milhões de dólares – atribuída diretamente ao incidente. Até Maio de 2024 os custos extraordinários já somavam 57 milhões de dólares, entre consultoria, forense e reposição de stocks.
Em Outubro de 2023, a Boeing recebeu um pedido de resgate de 200 milhões de dólares do grupo LockBit, que publicou 43 GB de dados confidenciais depois de a empresa recusar pagar. A ofensiva obrigou a encerrar temporariamente o portal global de peças e distribuição, perturbando clientes e fornecedores em toda a cadeia aeroespacial.

Mas não são apenas os criminosos que nos “vão ao bolso”.
No quadro regulatório europeu, a diretiva NIS2 estabelece coimas até 10 milhões de euros ou 2 % do volume de negócios mundial para entidades essenciais e 7 milhões de euros ou 1,4% para as importantes, consoante o que for mais elevado. A norma obriga ainda à notificação de incidentes graves em 24 horas e à demonstração de medidas de mitigação, tornando a prevenção um imperativo estratégico.
O elo humano continua crítico: quase um terço (31%) das violações analisadas na última década envolveu o uso de credenciais roubadas. Nos ataques a aplicações web, este vector surge em 88% dos casos, o que reforça a importância de treinar equipas e reforçar controlos de identidade.

Estas evidências mostram que as perdas vão muito além de eventuais resgates: tocam vendas, cadeia de fornecimento e sanções regulatórias. Adoptar já medidas proativas é a forma mais rápida de impedir que o próximo incidente se transforme num travão ao crescimento.
5 Estratégias para Reduzir Custos e Ganhar Segurança
Depois de entender o peso financeiro dos ciberataques, importa focar-se em soluções práticas. Há medidas que se integram facilmente na rotina industrial e protegem, em simultâneo, operações e resultados. Abaixo, cinco estratégias pensadas para transformar segurança em poupança:
- Auditorias OT trimestrais
Frameworks como IEC 62443 expõem vulnerabilidades antes que o atacante o faça. Empresas que usam asset discovery reduzem tempo de detecção em 108 dias. - Segmentação Zero Trust
Separar redes IT/OT bloqueia 30% dos vectores explorados em 2024. Guia-se pelo NIST SP 800-207. - Backups imutáveis + testes mensais
Cortam o impacto financeiro de ransomware para menos de 1 milhão de dólares, segundo simulações IBM. - Formação anti-phishing no chão-de-fábrica
31% dos ataques começam com credenciais roubadas. Sessões curtas e práticas reduzem cliques maliciosos em 70%. - Plano de continuidade + seguro ciber
Organizações com runbooks testados já pouparam até 1,49 milhões de dólares em despesas pós-incidente

Quando aplicadas em camadas, estas iniciativas reduzem drasticamente o impacto de qualquer incidente sem travar a produção. Basta escolher por onde começar e avançar, passo a passo, para ganhar resiliência a possíveis ciberataques.
P.S.: o último relatório S21sec mostra que 33,9 % dos ataques de ransomware no 2.º trimestre de 2024 visaram a indústria em Portugal. Empresas que blindaram OT e treinaram equipas reduziram o downtime para menos de 24 horas!
FAQ
1 – Quanto custa, em média, um ciberataque numa fábrica portuguesa?
Os valores rondam 1 a 5 milhões de euros, mas podem ultrapassar 10 milhões de euros em grandes operações, segundo estudos europeus.
2 – O que diferencia segurança IT de OT?
IT protege dados; OT protege processos físicos. Ambas requerem políticas dedicadas mas integradas.
3 – Como a NIS2 afecta o meu negócio?
Empresas essenciais terão 24 h para notificar incidentes críticos e arriscam multas até 10 M € ou 2 % da facturação

Conclusão
Os números são claros: não atuar custa caro, mas escolhas certas colocam o empresário novamente ao volante. Quanto vale ter a produção a funcionar amanhã?
Próximo passo: marque a sua auditoria de risco com a Morebiz e descubra qual destes 5 pilares gerará maior retorno imediato para o seu negócio!